FAQ’s – Radiações e Ondas Electromagnéticas
Radiações Electromagnéticas
Geralmente, designa-se por radiação eletromagnética, a propagação de energia no espaço através de ondas eletromagnéticas. Estas ondas são constituídas por duas entidades interdependentes entre si, o campo elétrico (E) e o campo magnético (H), que evoluem no espaço como uma onda. No entanto, a radiação eletromagnética também pode ser encarada como um fluxo de partículas ou fotões.
Em termos da interação com o corpo humano, as características mais importantes das ondas eletromagnéticas são o comprimento de onda, a frequência e a amplitude. Uma onda eletromagnética apresenta um padrão que se repete enquanto se propaga, sendo o comprimento desse padrão de repetição no espaço designado por comprimento de onda. A frequência representa o número de ciclos da onda num ponto do espaço em cada segundo, enquanto que a amplitude dá uma medida da intensidade dos campos.
As Radiofrequências são um tipo de radiação eletromagnética com uma gama de frequências compreendida entre os 3 kHz e os 300 GHz. As aplicações principais das radiofrequências centram-se na área das telecomunicações, como a difusão de rádio e televisão, os sistemas de comunicações de forças militares e de segurança, e os sistemas de comunicações móveis e por satélite públicos.
Os sistemas de comunicação por radiofrequência emitem apenas radiação eletromagnética, e portanto do tipo não-ionizante.
A sigla CEM significa Campo Eletromagnético (em Inglês, é designado por EMF – Electromagnetic Field).
Estamos expostos desde sempre à radiação eletromagnética. Basta pensar que o Sol é a nossa maior fonte de radiação eletromagnética.
Numa cidade, a diversidade de sistemas de comunicações móveis e sem fios é maior, existindo por isso mais antenas. De qualquer forma, a potência emitida por cada antena é menor em ambientes urbanos, devido aos problemas de interferência, pelo que o nível de radiações eletromagnéticas a que estamos expostos não é muito diferente em qualquer dos cenários.
Os materiais de construção de um edifício atenuam a passagem de radiação eletromagnética, sendo por este motivo que, por vezes, os telemóveis não têm sinal suficiente dentro de casa para se poder comunicar. De qualquer forma, não é possível utilizar qualquer tipo de material para bloquear completamente a passagem de radiação eletromagnética para o interior de um edifício.
Não. Uma onda eletromagnética quando encontra uma superfície, seja uma parede ou uma superfície metálica, é refletida, no entanto não sofre qualquer amplificação. As ondas eletromagnéticas sofrem uma atenuação bastante acentuada com a distância, ou seja, à medida que nos afastamos da fonte emissora vão perdendo intensidade, sejam ou não refletidas.
Antenas
Uma Antena é um dispositivo que emite para o espaço as ondas eletromagnéticas geradas no emissor do sistema de telecomunicações, ou que recebe do espaço as ondas eletromagnéticas destinadas ao recetor do sistema de telecomunicações.
A radiação eletromagnética é atenuada com a distância, ou seja, quanto mais nos afastamos de uma fonte emissora, menor é o nível de radiação que chega até nós. Por exemplo, no caso de uma lâmpada, a intensidade da luz vai diminuindo quando nos afastamos da lâmpada. No entanto, nos sistemas de comunicações, as emissões de uma dada antena dependem da sua orientação. Assim, não é a apenas a distância que influencia os níveis de radiação eletromagnética a que as pessoas estão expostas, mas também a direção em que se está relativamente à antena. Nas medidas efetuadas, verificou-se que existem pontos medidos com níveis de radiação mais elevados ou mais reduzidos para a mesma distância, apesar de se verificar uma tendência decrescente nestes níveis quando a distância aumenta.
Os níveis de radiação eletromagnética dependem essencialmente da potência de emissão e do ganho das antenas, pelo que o tamanho das antenas não influencia necessariamente os níveis de radiação eletromagnética. Relativamente à forma das antenas, esta depende do tipo de antena a utilizar, pelo que é o tipo de antena que influencia mais os níveis de radiação eletromagnética e não diretamente a forma.
As torres que são utilizadas como suporte das antenas normalmente são mais elevadas que o ambiente em redor, de modo a evitar que os obstáculos (como casas ou árvores) causem atenuação muito elevada na propagação do sinal.
Telemóveis
Os telemóveis, bem como todos os outros sistemas de comunicação por radiofrequência, emitem apenas radiação eletromagnética, e portanto do tipo não-ionizante.
Não. A radiação eletromagnética emitida por um telemóvel não é nem combustível (isto é, não arde), nem comburente (isto é, não é capaz de provocar combustão), pelo que não pode causar explosões. No entanto, não nos podemos esquecer que o telemóvel é um equipamento eletrónico e tem uma bateria cujo funcionamento se baseia em reações químicas, pelo que o seu uso indevido ou exposição a condições extremas pode levar ao seu mau funcionamento.
Outros Dispositivos
Numa instalação, os elementos mais visíveis são as antenas e a sua estrutura de suporte. O suporte (como uma torre ou um poste) só serve para posicionar a antena no local, com a orientação desejada, não emitindo radiações eletromagnéticas. Só as antenas emitem radiações eletromagnéticas.
A radiação eletromagnética emitida pelos telemóveis e por linhas de alta-tensão é do tipo não-ionizante. A diferença está na frequência associada à radiação eletromagnética emitida por estas fontes, ou seja, as linhas de alta tensão emitem campos de frequência extremamente baixa e os telemóveis emitem campos de radiofrequência, o que implica valores de limites de referência diferentes.
Qualquer sistema de comunicação sem fios terá que emitir radiação eletromagnética para conseguir comunicar à distância. O nível de radiações eletromagnéticas emitidas será tanto mais elevado quanto maior for a distância de cobertura do equipamento.
Qualquer aparelho elétrico/eletrónico emite radiações eletromagnéticas ao ser percorrido pela corrente elétrica. No entanto, como a finalidade destes equipamentos não é a de comunicar à distância, os valores são muito reduzidos.
Os aparelhos elétricos/eletrónicos, como os rádios e as televisões, emitem radiações eletromagnéticas devido à corrente elétrica que os percorre, ou devido ao seu próprio mecanismo de funcionamento. No entanto, como a finalidade destes equipamentos não é a de comunicar à distância, os níveis de radiação eletromagnética emitidos por estes equipamentos são considerados perdas, sendo portanto muito reduzidos.
Qualquer sistema de comunicações sem fios tem que emitir radiações eletromagnéticas para conseguir comunicar, sendo que o nível de radiações eletromagnéticas depende, principalmente, da potência de emissão das antenas. Os sistemas de comunicações dos bombeiros e da polícia emitem radiações eletromagnéticas em frequências semelhantes às dos telefones móveis, pelo que a perspetiva é a mesma. Anteriormente, equipa do FAQtos realizou medidas em locais junto a este tipo de emissores, não se tendo verificado alterações significativas nos valores medidos em relação a outros locais.
Outras Radiações
Quanto mais alta for a frequência de uma onda eletromagnética, maior é a energia do fotão a ela associado e, consequentemente, maior é a sua capacidade de interação com o material biológico. Quando a energia de um fotão é suficiente para quebrar ligações químicas, diz-se que estamos perante radiação ionizante; quando a energia não é suficiente, a radiação diz-se não-ionizante. Os raios X e os raios gama são exemplos das primeiras, enquanto as radiofrequências (usadas pelos telemóveis) são exemplos de radiação não-ionizante.
As radiações, ionizantes ou não-ionizantes, só podem ser perigosas se os limites de referência forem ultrapassados, isto é, nenhuma delas é perigosa em si. Quando os limites de referência são ultrapassados, ambas poderão ter riscos.
Não. Radiação eletromagnética é um termo genérico usado para caracterizar todo o espectro de frequências na banda de radiações não-ionizante. A radioatividade (ou radiação nuclear) é uma outra parte do espectro, na banda da radiação ionizante. O termo radiação eletromagnética é frequentemente utilizado para caracterizar as radiações emitidas por telemóveis e antenas de estações base; no entanto, a expressão correta a utilizar seria radiação eletromagnética de radiofrequência, ou emissão de campos eletromagnéticos de radiofrequência.
Os efeitos da exposição à radiação eletromagnética emitida por um telemóvel e à radiação nuclear são muito diferentes. A radiação dos telemóveis é não-ionizante, e o único efeito biológico que está comprovado é o efeito térmico (ver aqui). A radiação nuclear é ionizante, ou seja, tem energia suficiente para quebrar ligações químicas e, consequentemente, tem outros efeitos biológicos.