Primeiro, a ICNIRP avaliou a literatura científica para determinar se havia relatos de que a exposição a CEMs RF (campos eletromagnéticos de radiofrequência) causou efeitos biológicos e, a partir destes, identificou os efeitos biológicos que podem causar efeitos adversos para a saúde.  Foi importante para esta avaliação verificar se os relatos foram comprovados, o que quer dizer que a ciência foi de qualidade suficiente e que os resultados foram consistentes com a literatura científica geral para que a ICNIRP tivesse confiança de que os efeitos relatados eram reais (e não apenas devido a limitações experimentais ou acaso).  Essa etapa de verificação é particularmente importante porque nem sempre é fácil identificar as limitações metodológicas e porque o próprio método científico é probabilístico.  Este último ponto é importante porque a ciência é feita de forma que uma percentagem (geralmente 5%) dos testes conduzidos concluam falsamente que um efeito foi encontrado.  Consequentemente, as conclusões não podem ser tiradas de um estudo isolado.

Assim, a avaliação da ICNIRP incorporou muitos tipos de estudo e áreas de investigação, que vão desde investigação dosimétrica, mecanística, in vitro e in vivo, até estudos epidemiológicos.  Além disso, quando o mecanismo do efeito da exposição a CEMs RF no corpo era conhecido, a investigação de CEMs não-RF relevante para as recomendações também foi considerada.  Por exemplo, como CEMs RF podem induzir aquecimento no corpo, e como há investigação limitada em níveis de exposição muito mais altos do que os permitidos de acordo com as recomendações da ICNIRP (1998), a literatura sobre fisiologia térmica humana também foi considerada.  Esta literatura não-RF foi usada apenas para definir restrições onde era mais conservadora do que a literatura RF.

2021-04-09T11:38:27+00:00
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